terça-feira, 5 de abril de 2016

És o meu porto de abrigo

     Eu caminhava pela areia, chegavas tão perto de mim, como sempre estiveste, dentro de mim.
      Eu estava sozinha, eras só tu e eu. As lágrimas teimavam em cair pela minha face, marcada pelo sofrimento de não ver quem amava, porque tu me roubaste a outra parte de mim, uma parte do meu ser. Porquê, ó mar, porque tinhas de me fazer sofrer? Não bastava a minha amargura por ver que ias afastar as pessoas que amo.
      Agora, sentada na areia recordo estes momentos que percorrem o meu coração. Tento encontrar uma solução para tal sofrimento, olhando no horizonte, um novo futuro.
     Essa imensidão que és deixa-me feliz... Sei que nunca vais ter um fim. Apesar de tudo nunca me vais abandonar quando precisar de chorar, de rir ou simplesmente pensar. Sei que vais estar sempre aí, em silêncio para me transmitir calma, mas também tempestades quando precisar de desafios.

        Dás-me vida, dás-me alegria, fazes-me pensar nos bons, mas também nos maus momentos. Sinto-me livre como gaivotas que percorrem a areia e voam em busca da felicidade. Quero ser assim como elas, livre, sem medo e voar sem impedimentos. Afinal a vida deve ser assim: uma imensidão de sonhos e pensamentos, sorrisos e emoções.
      Ó tu, ó mar, que me tornaste assim, na pessoa que sou, na paixão que tenho, na saudade e no amor que bate no coração. Tu delineias os meus passos,  aclaras o que está escuro dentro de mim, tornando-me mais feliz. Junto a ti, sou eu agora, a menina inocente que viste nascer no teu ventre, que depois de uma grande fase se transformou numa mulher.
       Trazes alguma nostalgia pelas vidas que roubaste, lágrimas de saudade que deixaste, sorrisos que se perderam e feridas que ficaram…

        És tu mar, és tu que jazes no interior do meu ser!

Sem comentários:

Enviar um comentário