terça-feira, 29 de março de 2016

Labirinto das vãs memórias

Labirinto das vãs memórias. Elas, as memórias, tendem a permanecer... mesmo as más, as que não trazem felicidade de todo. Diria que são inúteis porque resultam em mágoas... mas quem sou eu para julgar o que quer que seja. Não decido o que passa pela minha mente. Sou um ser passivo nesse aspeto. Por mais que a queira controlar, não consigo. Acabo por pensar no que não devia nem queria. Apagar essas memórias seria o melhor. Parece que estou no meio de um labirinto. Elas fazem com que carreguemos o passado mais do que queríamos. Por vezes são aquela pedra no sapato que nos está a incomodar, que não nos faz seguir em frente.
No entanto, os momentos contigo não posso apagar. Eles fazem-me feliz, mesmo aqueles que até não foram muito bons, porque acima de tudo lembro de ti e isso, compensa muito, definitivamente!

domingo, 27 de março de 2016

Crítica a "Auto da Índia" de Gil Vicente

     O “Auto da Índia” é uma obra de Gil Vicente, que tal como os vários autos que escreveu, pretendia mostrar vários problemas da sociedade da época. Nesta obra, é evidenciado o adultério que as esposas cometiam quando os maridos estavam nos mares, na época dos Descobrimentos.
   Gil Vicente, neste obra, assim como em outras, desenvolvia o conceito de personagens-tipo, isto é, personagens que propositadamente tinham um determinado tipo de comportamento que ilustrava um tipo de pessoas da sociedade em causa, com determinadas caraterísticas, normalmente criticadas direta ou indiretamente pelo dramaturgo.
     Tudo se desenrola à volta da Ama pois é ela é falsa e leviana e engana toda a gente. Contrariamente, a moça é uma pessoa sensata e amiga e, ao longo da obra, é ela que avisa a sua patroa que o marido foi mesmo em viagem e quando é o seu regresso. O Castelhano e o Lemos são ambos personagens que mostram a sua baixa classe social, mas mais que isso, a sua pequenez. Queriam mostrar que eram ricos para impressionar e seduzir a Ama, mas esta engana-os tal como ao marido. O marido representa os homens enganados pelas suas mulheres que aproveitavam a sua ausência para os adulterar.


      Gil Vicente queria mostrar que por detrás da glória e da fachada épica da expansão ultramarina, era já possível perceber as profundas alterações, nem todas positivas, que essa expansão estava a provocar na sociedade portuguesa, no século XVI. O objectivo de Gil Vicente não era punir o adultério, mas sim preveni-lo.
     O dramaturgo satirizava a situação económica e política criada pela expansão que favoreciam o adultério, os homens ingénuos que eram enganados pelas suas mulheres, o materialismo da sociedade e a importância das aparências. Para dar um ar mais cómico Gil Vicente utilizou os três tipos de cómico: o cómico de situação, o cómico de linguagem e o cómico de carácter.
    É possível estabelecer um paralelismo entre a sociedade da época e a atual, daí ser enriquecedor ler este tipo de obras. De facto, saliente-se as críticas lançadas por Gil Vicente, nomeadamente, como dito anteriormente, a sociedade materialista, baseada em aparências que mostram o deterioramento desta. A maior parte das carateristicas negativas realmente não sofreram mutações ao longo dos tempos, estando longe do que é a boa moralidade.
   Por isso, estes temas, assim como esta obra perpetuam-se no tempo, isto é, são intemporais.

sexta-feira, 25 de março de 2016

Sem ti...

     Sinto a tua falta, o teu sorriso e a tua alegria.
   Sem ti o meu mundo é apenas uma nuvem muito escura que assombra os meus dias. O teu abraço que me reconfortava era o que mais me fazia feliz.
    Agora sou um fantasma que vagueia pelo mundo, deambula em pensamentos, mas não sente qualquer alegria, qualquer emoção nem vontade de sorrir.
   Amanhece sem te ver, anoitece sem te ver… porque não estás aqui comigo? Tu mudaste a minha vida! Só queria que voltasses… queria que fosses meu outra vez.
  Onde estás? Procuro-te, ainda não perdi a esperança de te encontrar, de te ter nos meus braços, sentir o teu cheiro e os teus lábios…
    Afinal, depois de uma busca exaustiva… não consigo encontrar-te! Porque é que a minha vida se tornou assim? Um livro sem nada escrito, sem capítulos, sem história? Tudo porque tu eras a personagem principal, tu e eu escrevíamos a história.
   Agora, penso nos momentos que passámos. Nada é igual desde que partiste, tudo perdeu a cor, o sentido e a dor de não te ter comigo permanece, como uma enorme ferida que não irá sarar.
   Não sei o que fazer, como vou esconder as feridas que tenho no meu corpo e na alma. Quero desaparecer… só tu me fazes feliz, sem ti não sou nada.

quarta-feira, 23 de março de 2016

Europa amedrontada

Bem... sei que todos já devem estar um pouco fartos de ouvir falar em terrorismo e todos os comentários e "tertúlias" televisivas sobre o assunto, mas de facto, este tema é interessante e muito atual. Mas mais importante que isso, é refletir sobre os crescentes problemas que têm surgido e surgirão nos próximos tempos até que se consiga resolver isto (se é que se vai conseguir resolver). Os casos são mais que muitos: o massacre do Charlie Hebdo no ano passado, o atentado em Paris e agora em Bruxelas, já para não falar nos atentados que ocorreram nos últimos anos. 
É necessário também, pensar no conceito de liberdade de expressão que está intimamente relacionado com estas situações. Deixo aqui então, um artigo de opinião que escrevi sobre este assunto.

Atualmente muito se fala em liberdade, nomeadamente liberdade de expressão, tanto é que muitos acham que podem dizer tudo o que pensam, mesmo não respeitando as diferentes crenças e opiniões que outros têm.
       Porquê falar agora deste tema? Porque há factos relativamente recentes que o justificam, por exemplo o conflito que ocorreu no dia 7 de Janeiro de 2015, entre jornalistas do jornal satírico Charlie Hebdo e alguns terroristas islâmicos. Estes últimos agiram a pretexto de vingar o profeta Maomé, alvo frequente das publicações deste jornal.
       Apesar das muitas manifestações de repúdio ao ato terrorista, o atentado também acabou por provocar uma polémica sobre liberdade de expressão. Para alguns, ela deve ser geral e irrestrita, pois, se houver limites, não existirá liberdade de facto. Outras, como eu, consideram que há temas como a religião que devem ser preservadas, pois o direito de se expressar livremente não inclui a possibilidade de ofender. Além disso, a liberdade tem de coexistir com responsabilidade.
      A liberdade é um bem precioso mas tem limites e, a verdade é que a esmagadora maioria deles são impostos por aqueles que defendem a liberdade sem limites, quando são as suas crenças e opiniões que estão em causa.
   Nesse sentido, é necessário dizer que Charlie Hebdo não reconhecia limites para insultar os muçulmanos, mesmo que muitos cartoons fossem propaganda racista e alimentassem ódio aos islâmicos, que estão instalados na Europa também. Devemos, pois, refletir sobre as contradições e assimetrias na vida baseada nos valores que cremos serem universais.
     Seguidamente, fale-se do atentados que se seguiram: o de Paris e o de Bruxelas. O de Paris parece-me que surpreendeu quase toda a gente, porque já se tinha passado alguns meses desde o Charlie Hebdo, que para muitos tinha sido um caso pontual. No entanto, este foi só o início de muito que entretanto aconteceu e está para acontecer. Nos últimos dias, mais um, quando a Europa já estava mais sossegada.
     Cada vez mais se vive num clima de insegurança e medo. A incerteza está no meio de nós. Não sabemos o que virá a seguir. Sabemos, no fundo, que irá existir mais ataques, que a Europa está em declínio.
      Os valores humanistas estão em causa devido aos extremistas que não respeitam opiniões, crenças e modos de vida dos ocidentais e pior, tendem a obrigar-nos não só a compreende-los, como a fazer-nos seguir as suas ideias, independentemente da história, cultura e religião que temos há imensos séculos.
      Portanto, a questão que se prende é: “devemos nós, europeus, continuar com a mesma solidariedade que nos carateriza, promovendo a estabilidade e o bem-estar social?” A resposta a esta pergunta é, de facto, complexa. Não existir tanta solidariedade, livre circulação de pessoas e bens, estar-se-ia a ir contra os valores patentes cá desde, principalmente, o início da União Europeia. Se deixasse de existir livre circulação, também nós seríamos prejudicados. Mas o que todos temos de concordar, é que assim também não podemos continuar. Existem falhas de segurança e políticas que se tornam incipientes, resultando da falta de organização europeia juntamente com a perspicácia da Daesh.
       Muitos apontam os refugiados como causa para o flagelo que é o terrorismo. Parece-me injusto que se generalize. Nem todos os refugiados vêm para os países europeus para causarem conflitos e/ou para “nos obrigarem” a mudar os nossos valores e tradições. Muitos apenas procuram uma melhor vida. Não é de todo correto culparmos pessoas que estão a tentar alcançar melhores condições de vida. Indivíduos que na maior parte das vezes não tem culpa de onde têm vivido.
       No entanto, com esta solidariedade estamos mais sujeitos a que indivíduos perigosíssimos, entrem quase livremente cá. Eles planeiam meticulosamente e nós apenas nos organizamos melhor quando os atentados já aconteceram. Pensamos sempre que tudo vai acalmar, que vamos viver melhor. Estamos apenas a tentar sentir-mo-nos mais seguros, tentando esquecer a gravidade destas situações. Ignorando aquilo que nos aflige.
       Neste sentido, o contexto em que os crimes ocorreram diverge em duas teses, nenhuma delas, favorável à construção de uma Europa multicultural. A mais radical é fortemente islamofóbica e anti-imigrante. Defende que os inimigos da nossa civilização estão entre nós, odeiam-nos e, por isso, só se resolve o problema se nos virmos livres deles. A outra tese é da tolerância. Segundo alguns, estas populações são muito distintas de nós, são quase como um fardo, mas temos de as “aguentar” até porque nos são úteis, No entanto, só o devemos fazer se elas forem moderadas e assimilarem os nossos valores.
       Mas quais são afinal os “valores ocidentais”? Depois de muitos séculos de atrocidades cometidas em nome deles dentro e fora da Europa – Inquisição, violência colonial, guerras mundiais, etc. – exige-se algum cuidado/atenção e muita reflexão sobre o que são esses valores e, por que razão, dependendo dos contextos, ora se afirmam uns, ora se afirmam outros.
      Assim, agora é necessário reformular as políticas europeias em relação a este assunto, que não têm funcionado muito bem. Pelo menos, mais países unidos, por um mesmo fim, ajuda a combater a ferocidade do Estado Islâmico, que tem cada vez mais amedrontado os ocidentais que não sabem muito bem como reagir. É necessário uniformidade, isto é, trabalharmos como um todo, promovendo a justiça e o bem-estar social!

segunda-feira, 21 de março de 2016

Dia da poesia

Sendo hoje dia da poesia, nada melhor que um poema de um dos maiores poetas portugueses: Fernando Pessoa. Neste caso, a escolha recai sob um dos seus heterónimos - Álvaro de Campos.

Que Noite Serena!

Que noite serena! 
Que lindo luar! 
Que linda barquinha 
Bailando no mar! 

Suave, todo o passado — o que foi aqui de Lisboa — me surge... 
O terceiro andar das tias, o sossego de outrora, 
Sossego de várias espécies, 
A infância sem futuro pensado, 
O ruído aparentemente contínuo da máquina de costura delas, 
E tudo bom e a horas, 
De um bem e de um a horas próprio, hoje morto. 

Meu Deus, que fiz eu da vida? 
Que noite serena, etc. 

Quem é que cantava isso? 
Isso estava lá. 
Lembro-me mas esqueço. 
E dói, dói, dói... 

Por amor de Deus, parem com isso dentro da minha cabeça. 

Álvaro de Campos, in "Poemas" 
Heterónimo de Fernando Pessoa 

Breve análise
    Neste poema, o sujeito poético recorda nostalgicamente o tempo de infância e compara-o ao momento presente em que vive.
   Assim, o eu poético, na segunda estrofe, evidencia como vivia antigamente em Lisboa, onde existia sossego e felicidade, sem existir grandes preocupações que se têm quando se chega à fase adulta.
   Além disso, o eu lírico relembra a sua vida quotidiana, por exemplo o constante ruído da máquina de escrever das tias.
     No entanto, o sujeito lírico tem noção que está a viver o presente e que o passado já mais não volta. Por isso, questiona-se sobre o percurso da sua vida, uma vez que a felicidade que existia na infância transformou-se em mágoa, desilusão e tristeza. A comprovar esta ideia, recorre-se aos últimos versos como “e dói, dói, dói…”
   Nesse sentido, no último verso, o sujeito poético não quer mais recordar para não aumentar o seu sofrimento. Se não se lembrar, não se sente tão frustrado e deprimido por não poder mais reviver a época da inconsciência, ingenuidade e verdade.

domingo, 20 de março de 2016

Não esqueço!


Não esqueço o olhar, que tanto dizia sem serem precisas palavras. As noites em vão a pensar consecutivamente em ti. Agora que olho para trás,apercebo-me do quanto dependia de ti, mas não me arrependo porque naquele momento, naqueles meses, naquelas horas foste exatamente o que procurava, o que precisava, o que desejava e amava. Nada de arrependimentos, talvez uma réstia de pena do que podia ter sido vivido e tantas vezes foi adiado. Pena das 1001 oportunidades que tivemos para sermos felizes e simplesmente desperdiçámos. Pena, tanta pena mas jamais arrependimento. Hoje a conclusão que tiro de tudo isto é que tudo serviu de lição, acredita e que nos sirva de exemplo para futuramente, na próxima oportunidade com outro alguém não falharmos, ou pelo menos não falharmos tanto. Fomos exemplo, fomos desassossego, fomos tanto e nada ao mesmo tempo, fomos verdades e consequências, fomos certeza e por isso mesmo te digo com toda a convicção que te quis tanto, lutei tanto, estava tão presa a ti mas no final tu é que me perdeste.

sábado, 19 de março de 2016

Dedica-te ao ambiente!

    Hoje, além de dia do pai, é dia de dedicar uma hora ao Planeta Terra.
    A iniciativa desenvolvida por “Hora do Planeta” propõe que toda a gente faça hoje um pequeno sacrifício e apague as luzes às 20.30H. O movimento é global, devido aos graves problemas ambientais que têm surgido nos últimos anos.
     De facto, os constantes aumentos ou diminuições de temperatura devem-se, em parte, ao descuido do ser humano em relação ao meio ambiente. Somos preguiçosos em muitos assuntos e este não seria exceção.
    Esquecemo-nos ou não queremos fazer reciclagem, deitamos coisas no chão por preguiça de andarmos uns metros para pô-las no lixo, desperdiçamos muita água, comida… enquanto outros nem sequer as têm! Trata-se de necessidades básicas que nem toda a gente satisfaz. No entanto, nós além de termos acesso a tudo e mais alguma coisa e ainda temos o descaramento de sermos ingratos pela vida e as coisas que temos.
    Não está certo… não é justo, de todo!

  Todos vamos sofrer as consequências da poluição do meio ambiente, por exemplo através do aquecimento global, que toda a gente sabe o que é, mas a maioria não dá importância.
   Depois existem fenómenos naturais que surgem principalmente devido a este. Quando isso acontece, há vítimas pelo meio, mas adivinhem… muitas delas até eram culpadas, porque foram inconscientes, preguiçosas e inconsequentes! O que aconteceu foi que, tiveram azar de estar no local errado, à hora errada. Fala-se disso durante uns dias e tudo volta a ser o que era antes. Ninguém se volta a lembrar até acontecer outra calamidade. As pessoas têm mesmo memória curta, incrível!


   Respeita profundamente o ambiente! Cumpre com o teu dever! Afinal este é o teu lar!

sexta-feira, 18 de março de 2016

O sentido das palavras

     Existe sempre aqueles momentos em que discutimos sem motivo, choramos porque estamos confusos sem saber o que pensar ou o que sentir. As palavras, por vezes inúteis que proferimos magoam alguém, mesmo quando não era essa a nossa intenção. Palavras vãs num mar de desilusões…
       Por outro lado, nem sempre as palavras causam um impacto negativo em nós. Há palavras que nos fazem sorrir, que nos deixam com um “sorriso de orelha a orelha”, que nos deixam felizes. Essas palavras podem ser um reconforto depois de um momento difícil… juntas podem melhorar o nosso estado de espírito, mais do que qualquer outra coisa.
      Quantas vezes imaginamos ou recordamos um momento da nossa vida, que já ocorreu ou que gostaríamos que acontecesse? Pensamos tudo ao pormenor, com as palavras certas… porque tudo tem que ser perfeito! Por vezes, as palavras mais simples marcam mais do que um discurso preparado e eloquente, porque as palavras mais verdadeiras são aquelas que vêm de dentro do coração, por isso são as mais emotivas.
        As palavras de quem amamos são tão importantes… podem mudar tudo. Um simples “amo-te” ou “adoro-te”, faz toda a diferença. Apazigua-nos a alma, a dor sentida, a mente em constante atividade, porque dão outro sentido à vida.
      Toda a gente gosta de ouvir palavras bonitas do seu amado/a, principalmente nos momentos de nostalgia, quando não nos apetece falar com ninguém, apenas com essa pessoa porque é a única ou das poucas que nos compreende, que sabe utilizar as palavras certas nos momentos certos, que nos faz sentir melhor, que nos faz sorrir…


Escrito por Patrícia Oliveira


Apresentação

Neste blog vamos falar sobre diversos temas como moda, música, artes, programas televisivos, assim como outros assuntos da atualidade.
Alguns das nossas publicações serão como que artigos de opinião, outros serão textos mais expositivos e pequenos e outros serão mais literários e histórias.


À medida que forem visitando o nosso blog, gostaríamos que deixassem a vossa opinião, críticas construtivas que são bastante úteis para nós. Além disso podem sugerir temas que gostassem que fosse abordados/comentados no blog.